Como ajudar um drogado a se recuperar

Independentemente de sua origem ou condição financeira, qualquer pessoa está sujeita a cair no uso das drogas, seja por curiosidade, para se integrar em algum grupo social ou mesmo para fugir de estresse e de problemas. Qualquer que seja o motivo, a primeira coisa que precisamos entender é que o drogado vai tentar esconder o vício pelo maior tempo possível, e normalmente vai negá-lo se questionado. Se você tem dúvidas se alguém próximo está com este problema, fique atento aos sinais.

Fisicamente, o viciado pode apresentar os olhos vermelhos e as pupilas maiores ou menores que o normal, ter uma mudança nos hábitos alimentares e de sono, apresentar repentina perda ou aumento excessivo de peso, perda da vaidade e da higiene pessoal, tremores, fala enrolada ou coordenação prejudicada. A personalidade também pode ser afetada, com uma mudança inexplicável de personalidade e de atitude, irritabilidade e mudanças repentinas de humor, podendo até ter explosões de raiva, alternados com períodos de letargia e alienação. A vida social também será afetada, geralmente com queda de produtividade, seja nos estudos ou no trabalho, problemas financeiros inexplicáveis ou até sumiço de objetos da casa, mudanças repentinas de amizades e de programas e envolvimento em brigas e desavenças.

Quando alguém querido apresenta muitos desses sintomas, o primeiro passo é, com carinho, tentar extrair dele uma confissão. O mais importante é não chegar de forma agressiva, para não provocar brigas ou desentendimentos. Lembre-se, ele vai tentar esconder ao máximo o problema, e isso até de si mesmo. Geralmente, o próprio viciado demora para reconhecer que precisa de ajuda. Por isso mesmo, o papel do familiar ou amigo é ajudá-lo a perceber sua situação.

Em seguida, o importante é o viciado perceber que pode encontrar apoio em você. Busque a aproximação no momento em que ele está apto a te ouvir, não adianta tentar argumentar enquanto ele está sob efeito da droga. Leia sobre o assunto e converse bastante com ele sobre o problema. Procure junto com ele alternativas para solucionar a situação, mostre as opções de tratamento disponíveis, e leve sempre em consideração as escolhas dele. Se o caso for mais grave, busque você ajuda especializada primeiro, para te orientar sobre como lidar com o caso. Mostre ao seu ente querido que você está lá para ele sempre que ele precisar, isso antes, durante e após o tratamento.

Jamais se aproxime de forma intimidativa, dando discursos moralistas ou discutindo com ele quando ele está drogado – nessas horas, ele não está apto a manter uma conversa racional, e não vai entender o que você quer dizer. Conversas emocionais também não funcionam: podem fazer com que ele se sinta culpado e busque conforto nas drogas. Por outro lado, assumir as responsabilidades ou encobrir seus atos também não ajuda. E jamais se sinta culpado pela situação. Não foi nenhuma atitude sua que o levou a isso.

Por fim, cuide muito de você durante essa fase. Pode parecer contraditório, mas lembre-se que você precisa estar bem para passar por esse período. Um viciado precisa de alguém estável emocionalmente para suportá-lo durante o tratamento. Por isso, durma bem, mantenha uma alimentação saudável e pratique exercícios físicos. Se ajudar também é uma forma de ajudar ao outro.